O prolapso da válvula mitral é uma desordem cardiovascular congênita, comum, benigna, diagnosticada, geralmente, em jovens. pode ser acompanhada de alguns sintomas clássicos ou cursar de forma totalmente assintomática.
O prolapso da válvula mitral é, possivelmente, a forma mais comum de doença cardíaca valvular. Afeta de 5% a 10% da população mundial. Na literatura tem sido citada uma incidência variável desta patologia, podendo chegar a 17% em mulheres e adolescentes do sexo feminino. Apesar de acometer tanto homens como mulheres, mais de 60% dos adultos portadores dessa anomalia são do sexo feminino. Outros dados relativos à prevalência do prolapso da válvula mitral sugerem que seu aparecimento seja incomum antes da adolescência, mas que sua incidência aumente após o estirão de crescimento. Os sintomas não começam antes dessa fase (aproximadamente 14 anos nas meninas e 15 anos nos meninos), porém, os adultos podem ser afetados em qualquer idade.
Essa alteração vascular pode ser evidenciada através de ecocardiograma.
O prolapso da válvula mitral é subdividido em clássico e não
clássico, cujas formas são baseadas na espessura dos folhetos: clássico, quando
a espesura for maior 5 mm e não clássico quando o folheto for menos que 5mm, ou seja, podem ser sintomáticos ou assintomáticos. Os indivíduos assintomáticos
são portadores do prolapso da vávula mitral anatômico, já os sintomáticos,
relatam queixas frequentes como: dor precordial atípica, palpitações, dispnéia
suspirosa e fadiga, tonteiras, lipotímias e síncopes, manifestações
psiconeuróticas como angústia, ansiedade, depressão, psicose, enxaqueca,
agorafobia e síndrome do pânico. Complicações como endocardite ou regurgitação
mitral severa podem ocorrer em pacientes com prolapso clássico. Geralmente, o
prognóstico e a evolução de pacientes com essa patologia são magníficas.
Têm sido descritas complicações pouco freqüentes como: embolia
sistêmica, insuficiência mitral grave e outras associações.
O tratamento de pacientes sintomáticos é indicado quando houver arritmias, em geral com o uso de betabloqueadores. Nas manifestações psiconeuróticas são usados os ansiolíticos. É raro ocorrer evolução para regurgitação mitral grave que possa necessitar de uma troca valvular. A profilaxia da endocardite infecciosa deve ser indicada sempre que houver tratamentos dentários ou gengivais, endotônicos (tratamento de canal) ou cirurgias em pacientes portadores de prolapso deválvula mitral.
A atividade física em portadores do prolapso da válvula mitral quando não existem complicações associadas, não é contra indicada, sendo esta condição patológica encontrada, inclusive, em atletas profissionais em plena atividade. Em alguns casos particulares deverão ser observados alguns aspectos, como: história de síncope de origem arritogênica, história familiar de morte súbita associada a prolapso de válvula mitral, formas repetitivas de taquicardia desencadeada pelo esforço físico, regurgitação mitral moderada, quadro de embolia anterior, etc.
Indivíduos que não possua nenhuma dessas intercorrências poderá participar de qualquer esporte competitivo. Já os que possuem uma ou mais intercorrências podem apenas participar de esportes competitivos de baixa intensidade. Rmbora, sejam liberadas as atividades físicas para portadores de prolapso de válvula mitral com regurgitação leve, cada indivíduo deve ser analisado isoladamente, para que se possa liberar o portador do prolapso da válvula mitral para as atividades esportivas de maneira segura e isenta de riscos.